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  • Foto do escritorGeovane Macedo

Minha morada



Todos os dias tenho a minha frente um paradoxo:

a eternidade da morte; a brevidade da vida.

Só tenho o tempo presente, o agora.

Todo o resto me escapa, apenas memórias ou expectativas.

Por isso, todo abraço pode ser o último.

Todo encontro pode não voltar a acontecer.

Então, por que tantos apegos, rancores e mágoas?

A santidade não é para depois.

É para agora, para este momento.

A pobreza faz-me lembrar de que nada levarei em minha partida.

A aflição terrena recorda-me que terei consolo de um Pai.

A mansidão mostra-me que tenho uma herança divina.

Se sinto fome e sede de justiça, é porque serei saciado.

A misericórdia e a pureza de coração recordam-me que

minha origem é a luz, e não as trevas.

Dai-me a graça, Senhor, de contemplá-lo face a face.

Reservai junto a Vós a minha morada,

pois enquanto ainda vivo minha jornada,

a santidade buscarei viver.

Ser todo do Céu, antes que nele possa habitar:

eis o feito de Todos os Santos.


(Do projeto "Versos na Palavra". Inspirado na liturgia da Solenidade de Todos os Santos)


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